segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Dizer escrito


Me pedes uma caneta, entrego-te
Escreves, pois falta coragem pra dizer
Pego o papel e vejo
‘’Contigo não posso mais viver’’
Pergunto-te:
‘’Não és feliz?’’
E me respondes:
‘’Não vivo a vida que pra mim quis.’’
Surpreendeste-me naquele instante
‘’Vive uma boa vida, o que aconteceu?’’
E ainda entre perguntas e respostas constantes...
‘’Sinto muito, mas meu amor nunca foi teu. ’’
Ao ler aquelas palavras
Uma lagrima percorre meu rosto
Pensei: ‘’Não vá embora amada.
Ninguém, nunca, tomará o teu posto. ’’
E então levantas-te e abandonaste-me
Perguntei-me:
‘’Como pode?... Enganaste-me!
Sofro por tua ausência
Ao partis-te, é como se...
Acabas-te com minha existência.

sábado, 29 de agosto de 2009

Ter você


Sempre tive vontade de ter você ao meu lado
Te achava ( e acho) uma pessoa maravilhosa
Nos damos tão bem
Nossa!
E não foi nada complicado reconhecermos isso.
Mas, faltava algo.
Faltava seu beijo
Seu cheiro
Queria você aqui , comigo, sempre.
Graças a um empurrãozinho consegui o que tanto queria.
Sentir-te
Nos sentir.
Finalmente juntos.
Antes de me dizer que me amavas
Pedir-lhe em namoro
Mas, não demorou muito tempo para isso acontecer.
Ouvir então, você dizer,
O que tanto eu queria ouvir
‘Eu te amo.’
Cantar-te para mim nesse momento
O melhor canto que ouvira em minha vida
A partir dali então, não houve mais dúvidas.
Seu coração me pertencia.
Assim como o meu a pertence.
Tenho você.
Temos um ao outro.
Eu te Amo tanto.
Tanto.

Ayres Santos

Por quê?

Disseste que não podes me amar
Que não podes me assumir
Que não podes ficar ao meu lado...
Me diz o porque?
Disseste que não querem nos ver juntos
Me pergunto o porque.
O que de tão grave disseram de mim pra ti?
O que?
Vem, fica comigo.
Não apunhala mais meu coração
Sofro por tua causa
Sofro por tua ausência
Será que é amor?
Não sei ainda o que é.
Mas dói a idéia de não ter você ao meu lado.
Por quê? Por quê?

Ayres Santos

Espero-lhe em frente ao mar


Vi você ali parado em frente ao mar
Sentido a brisa leve se chocando em seu rosto
Vi naquele momento que comecei a lhe amar
Fui ao seu encontro e toquei o seu corpo
Corpo quente que me arrepiei apenas ao sentir
Passar-me uma energia tão boa
Que me fez de repente destingir
Foste educado
Mas, ao me beijar
Pensei por um instante que teria sido antecipado
Mas não.
Você viu o seu amor
Você me viu
O que há de errado em ir em busca de algo que amas?
Nos deitamos naquela cama de areia,
Sobre a luz do luar
Pensei, como era bom te amar
Mas, de repente se levantou e saiu
Fiquei ali, sem entender
Abandonaste-me, nunca soube o por que...
Vi então, que não poderia mais viver sem você
Levantei-me e pus meu corpo ao mar
Para que ele me levasse
E nunca mais alguém pudesse me encontrar
Mas ele não me quis.
Cuspiu-me de volta a areia
Disse-me’ -Vá viver a sua vida.
Ir embora, é uma grande besteira.’
E hoje estou aqui.
Em frente ao mar
Esperando com que ele faça novamente,
um dia, eu te reencontrar.

Ayres Santos

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Brincou? Me amou.

‘Me diz, me da um luz. O que eu posso fazer para ficar ao seu lado? Por que me prende a vosso coração? Por que? ‘ ( eu me perguntava)
Eu não quero te amar. Nuca quis. Mas eu te Amo. Amo.
Lembra quando nos conhecemos? Aquele foi e sempre será um dia inesquecível.
Eu estava passando, você zombou de mim, por que? Por causa do meu jeito? Por causa das minhas roupas? Hum... sabe?a aparência exterior, não revela a sua aparência interior. Acho que você percebeu isso.
Lembra da aula de biologia? Foi ali que tudo começou. O professor nos colocou juntos, para fazer uma tal atividade. Eu me paralisei, em todos os aspectos. Não sabia o que falar, o que fazer. Nunca tinha ficado tão nervosa, como eu estava ali, naquele momento, ao seu lado.
Você perguntou meu nome, começou a puxar assunto, e , eu ali, quieta, sem me mover, sem dizer uma palavra se quer. Você ainda brincou comigo por causa do meu jeito.
Nos tornamos colegas... Passamos a conversar. Fui perdendo a timidez. Pensei até que você teria se tornado meu amigo, que gostasse de mim.
Você me ajudou. Mudou meu jeito de ser, meu jeito de se vestir. Disse que eu tava linda.
Até que eu descobri que não passava de uma brincadeira , de uma aposta Idiota que você fizera com seus amigos. Eu descobri. Me revoltei. O pior de tudo, que eu realmente te amava.
Resolvi da a volta por cima. Te ignorei completamente. Passei a me vestir bem, freqüentar lugares badalados. Comecei a ser vista, não daquela forma desajeita que era, mas, de uma forma elegante, bonita e atraente.
Até que você me notou, viu como realmente eu era e disse que estava me amando.
Depois de tudo que você tinha feito comigo, você realmente achava que eu ia lhe querer? Eu te amava, você brincou comigo, com os meus sentimentos, me feriu.
Eu ainda te amo, não vou negar, mas encontrei alguém que me ama e que esta fazendo com que eu o esqueça, mal lembro de você. Agora você... eu tenho certeza que lembra de mim a cada dia, a cada hora, a cada segundo de sua vida medíocre.

Ayres Santos

Abstnência

Abstinência
Era uma bela manhã de inverno, decidi ir tomar o café da manhã na ‘ Exper café’ , uma agradável lanchonete a duas quadras da minha casa. O local estava praticamente vazio, havia apenas um belíssimo rapaz de olhos claros, cabelos negros, lendo o jornal e tomando uma xícara de café.. Acredito que tenha sido amor a primeira vista. Até então, não teria visto tamanha perfeição em pessoa. Fiquei à admira-lo até ele ir embora.
No dia seguinte voltei a lanchonete no mesmo horário na esperança de vê-lo novamente. E ele estava lá, do mesmo modo do dia anterior, lendo o jornal e tomando sua xícara de café.
Passei então a ir todos os dias, no mesmo horário para ver e admirar tal exuberância, tal perfeição. Como pode uma pessoa ficar tão presa ao pensamento de outra? Pois, foi isso que aconteceu. Não conseguia parar de pensar nele. Todo dia, todo hora, a cada segundo, ele permanecia preso em meu pensamento.
Quinta-feira era o dia de limpeza. Ao chegar na lanchonete, me dirigindo a mesa de sempre, esbarrei num balde, que por ironia do destino estava ao lado de sua mesa, e levei um belo de um tombo. Bati a cabeça e fiquei inconsciente por alguns instantes. Ao abrir os olhos...

-Tudo bem? Você levou um belo de um tombo, hem?-ele me perguntou.
Nossa. Acho que só por causa disso, o mico que paguei valeu a pena.
-Tudo, está tudo bem.-Respondi enquanto ele me ajudava a levantar.
- Venha, sente-se aqui comigo. Garçom, por favor, traga uma bolsa de gelo- dirigiu-se a mim novamente - para colocar na sua cabeça.Pelo visto a batida foi forte.
- Não, não precisa, eu estou bem- Respondi totalmente sem jeito.
- Tem certeza?
- Tenho sim.
- Está certo.-dirigiu-se ao garçom- garçom, mudamos de idéia. Traga mais uma xícara de café.
A sua educação me encantava. Lindo, simpático e educado. Meu Deus! Que sonho! Que Homem!
- À sim, prazer. Meu nome é Álex Correia. E o seu?
-Meu nome é 'Piter Prado'.O prazer é todo meu.
Sim, eu sou homem, tenho 25 anos e sim, eu sou homossexual.
Começamos a conversar, conversa aliás agradabilíssima. O tempo passou que nem percebi. Ele disse que precisava trabalhar. Trocamos telefones e nos despedimos.
A parti daí, começamos a tomar café sempre juntos. Nos tornamos amigos.
Num sábado à noite meu celular toca. Surpresa total. Era o Álex me chamando para sair. Eu aceitei, é claro.
Fomos a uma boate super badalada. Ele não sabia que eu sou homossexual. Eu não havia contado. E acredito que meu jeito não exprima isso. Há tempos que eu não me divertia tanto.
Passamos a sair sempre juntos para noitadas de farra e curtição.
Com o passar do tempo, comecei a dar bandeira. O olhava tão fixamente. Não conseguia mais esconder o exagero de amor que sentia (e sinto) por ele. Meus dias ao seu lado eram únicos. Uma amizade única. Uma felicidade única. Álex dizia que eu fui o melhor amigo que havia encontrado em sua vida. De certa forma, isso me decepcionava, pois, na verdade, não era apenas a sua amizade que me interessava. Por isso que eu sofria. Um sofrer por causa da falta de algo que você realmente deseja.
Mas por outro lado, eu estava feliz, pois sabia que um dia ele me amou. Não da forma esperada e desejada, mas pelo menos era um amor puro e verdadeiro, que me concedeu os dias mais felizes de minha vida.
O dia 12 de junho de 2006 foi decisivo para esse relacionamento. Era 1:00h da madrugada, eu e Álex, estávamos voltando de uma festa, quando me disse que havia recebido um tal bilhete o elogiando e coisa e tal. Pedir-lhe que me mostrasse (não sei se foi só por curiosidade ou também por ciúmes) e ao pegar o papel, sem querer o deixou cair. Abaixamos de vez para apanhá-lo, e, de repente, nos olhamos tão profundamente, que, eu não aguentei e o beijei. Foi a pior burrada da minha vida. Ao beijá-lo, me empurrou rapidamente e levantou-se. Estava com raiva, apavorado. Deu para sentir através de seu olhar. Mas não foi só. Ele puxou-me pela gola e me deu um soco, de tanta força, que me jogou contra a parede. Fiquei ali, deitado, com o nariz sangrando e chorando, durante horas.
Álex havia ido embora.
Tentei falar com ele no dia seguinte, no outro, no outro...
Não retornava as minhas ligações.
A parti daí comecei a o observar de longe, pois, por mais que eu tentasse, não conseguia me livrar do vicio que era e que é esse amor.
Hoje está casado, acabou de ter uma filha, está muito feliz. Nem deve lembrar que eu existo.
Eu? Bem...me comparo com o sol que está cercado por estrelas, mas que nunca os vemos juntos ao olho nu, mas, com certeza se usarmos um equipamento bastante sofisticado os veremos. É como eu. Estou cercado por tamanha abstinência que ao me verem superficialmente não nos verás juntos, mas aos que me olharem profundamente, com olhares de sentimentos, verão que ela está aqui, comigo, sempre, e que dificilmente irá me deixar.


Ayres Santos